No dia que assinala o aniversário do Terramoto de 1755, terça-feira 1 de novembro, o canal História estreia em exclusivo, pelas 22h15, a produção própria “O Dia Que Abalou o Pensamento”, um documentário original que proporciona uma visão diferenciada e contemporânea dos impactos menos visíveis daquele foi um dos momentos mais marcantes da História portuguesa.
“O Dia Que Abalou o Pensamento” é um documentário de 120 minutos que mostra que Lisboa é, ainda hoje, profundamente marcada pelo terramoto de 1755, pelas suas consequências e pelo seu impacto, de formas que muitas vezes nem os Lisboetas se apercebem.
Para ir mais além, analisando as marcas decorrentes deste evento nos dias de hoje, o documentário conta com a participação de diversos especialistas, desde cientistas, artistas, políticos, teólogos, entre outros, recorrendo ainda a breves reconstituições históricas protagonizadas por atores portugueses como Heitor Lourenço (no papel de Voltaire), João Pedreiro (Marquês de Pombal), Maria João Freitas (Madame Denis), Tiago Fernandes (Rousseau), Pedro André (Anjo) e ainda do vocalista dos Moonspell e autor do álbum 1755, Fernando Ribeiro (como Gabriel Malagrida).
A Sé de Lisboa, a Igreja de São Roque e Museu de São Roque, o Aqueduto das Águas Livres, o Castelo de São Jorge, o Museu/Palácio Pimenta, são alguns dos locais que servem de cenário para esta produção que conta com a participação de Rui Tavares (Historiador e Autor de obras sobre o Terramoto de Lisboa), Susana Custódio (Sismologista), Raquel Henriques da Silva (Professora de História de Arte da FCSH), Nuno Nabais (Filósofo), Patrícia Barbas (Arquitecta), Fernando Ribeiro (Vocalista dos Moonspell), entre muitos outros.
“Depois da recente estreia de “Churchill na Madeira”, o canal História volta a apostar em produção própria especificamente orientada para os espectadores portugueses com a estreia de “O Dia Que Abalou o Pensamento”, proporcionando uma nova perspetiva sobre o terramoto de 1755, momento-chave na história de Portugal, com reflexos que vão muito além das alterações físicas no espaço”, refere Sergio Ramos, vice-presidente de programação dos canais de documentários da AMC Networks International Southern Europe.
Produzido pela The Mediapro Studio, “O Dia Que Abalou o Pensamento” reflete uma perspetiva inédita do terramoto, enquadrada com recriações e imagens provenientes dos principais arquivos de Lisboa (Arquivo Municipal de Lisboa, Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Biblioteca Nacional de Portugal, BLX-Hemeroteca Municipal de Lisboa e FCG – Biblioteca de Arte e Arquivos) e de alguns dos Museus mais emblemáticos da capital (Museu de Engenharia Civil do ISTL, Museu de Lisboa, Museu de São Roque, Museu do Azulejo, Museu do Dinheiro, entre outros).
Lisboa é o centro deste trabalho 100% nacional que reflete as marcas indeléveis do terramoto, que vão muito além das mudanças arquitetónicas, para revelar os aspectos menos explorados desta tragédia ao nível do comportamento social, nas relações internacionais, na comunidade intelectual, na esfera religiosa e mesmo na ciência.
O sismo de 1755 foi definitivamente um tema de tendência do seu tempo e tornou-se viral através de cartas e obras literárias, deu início à Proteção Civil, serviu como precursor do estudo científico da sismologia, mudou a forma como Portugal e o resto do mundo se relacionavam com a ideia de Deus, desencadeou múltiplas e diferentes reações e a maioria das correntes então em voga, lideradas por Voltaire, Leibniz, Rousseau e até Goethe discutiram o assunto. Em termos sociais as gentes de Lisboa tiveram que se ajustar e até mudar durante o terramoto, passando do instinto básico da sobrevivência até à imposição da socialização no pós-tragédia.