Há 30 anos rasgava paradigmas como criador de uma nova sonoridade que o tornaria conhecido como «pai do rock português». Há 20 anos concretizava um sonho: tocar ao vivo com uma das suas maiores influências, B.B. King. Há 10, lançava o seu primeiro best-of, número 1 do top, com mais de 80.000 discos vendidos em menos de um mês.
Sem saudosismos desmedidos, mas com o reconhecimento de um percurso que soma êxitos e muitos discos vendidos, o BIO homenageia Rui Veloso, numa biografia ímpar que assinala 30 anos de carreira, com exibição sábado, dia 24 de Abril, às 22h00 e repetição domingo, dia 25 de Abril, às 04h00, 10h00 e 16h00.
Ao longo de cerca de cinquenta minutos de produção nacional, somos convidados a conhecer os momentos mais marcantes da vida do cantor, compositor e guitarrista português, nascido a 30 de Julho de 1957, em Lisboa, e que às três semanas de vida foi para o Porto, cidade que acolheu e viu crescer um dos mais versáteis músicos portugueses da geração de oitenta.
Acompanhados pelo ritmo de baladas como «Porto Sentido», o BIO revela uma biografia intimista que evoca recordações de infância e o regresso às origens, apelando à confidência de gostos e ao desvendar do caminho traçado na indústria da música nacional, dando a conhecer a sua genuína humildade e versatilidade.
Pela mão de Rui Veloso, chegamos, na primeira parte desta viagem, à Escola Primária de Lordelo do Ouro, onde colheu uma perspectiva de vida especial através dos ensinamentos do Professor Meireles. Entramos mais tarde no mundo da música, concretamente da harmónica, o seu primeiro instrumento, passando para o acordeão – que aprendia meio a contra-gosto -, e, mais tarde, a guitarra, uma descoberta que atiçou a magia da música, numa aprendizagem feita de ouvido.
A partir da cave, «o sítio em que eu comecei a compor, quando vivia ainda irresponsável debaixo do tecto dos pais», Rui Veloso criou «Porto Sentido» e «Porto Covo», dois temas que o sagraram a nível nacional e onde se reunia, no espírito de uma banda de garagem, com vários músicos entre os quais o amigo Carlos Tê para quem «a cave era um paradeiro, um local de encontro de músicos. E o primeiro contacto que eu tive com músicos que tocavam mesmo bem».
Nesta viagem de curiosidades, ficamos a saber que foi pela iniciativa «clandestina» da mãe, Emilia Veloso, que o biografado foi chamado a Lisboa para apresentar os seus temas à Valentim de Carvalho, a principal editora portuguesa. «Canções nuas e cruas», como as apelidou, sem grandes preciosismos.
«Durante muito tempo achei que aquilo que fazia não prestava e que não era grande coisa, e ainda acho, mas não tão dramaticamente como achava. Na altura achava que era um miserável, estava tudo mal. Tipo: não há estrelas no céu, parece que o mundo inteiro se uniu para nos tramar», angústias partilhadas pelo cantor durante o programa.
Para ilustrar cada momento, transmitindo uma perspectiva profissional e afectiva da sua personalidade, este documentário conta com a participação dos pais, Emília Veloso e Aureliano Veloso, confidentes de todos os momentos, e ainda amigos e colegas de profissão como o poeta Carlos Tê, a musicóloga Susana Sardo, o produtor e realizador de rádio, Luís Filipe Barros, o músico João Gil e a fadista Mariza.
Fotografias de infância, imagens de arquivo da Duvídeo, Hemeroteca Municipal de Lisboa, Royal Albert Hall e Rádio Televisão Portuguesa, e ainda momentos únicos em espectáculos no Porto, Lisboa e Vila Nova de Famalicão, ajudam a ilustrar esta produção com autoria de Alexandrina Pereira e realização de Rui Pinto de Almeida.
Depois Herman José, Alexandra Lencastre, Diogo Infante, Paulo Pires, Catarina Furtado ou Diogo Morgado, chegou a vez do músico Rui Veloso brilhar nos ecrãs do BIO com um documentário inédito sobre 53 anos de história que encantaram várias gerações.
FICHA TÉCNICA:
Autoria: Alexandrina Pereira e Rui Pinto de Almeida
Produtores: Diego Castrillo e Roberto Blatt
Produtores Executivos: Aurora Esteban, Paula de Santiago e Eva Serrano
Supervisor de produção: Aurora Esteban
LOCAIS DE GRAVAÇÃO:
ENTREVISTAS COM RUI VELOSO
Porto:
Cave da casa dos pais, onde tudo começou;
Escola primária de Lordelo do Ouro
Sons da Música, onde Rui comprava instrumentos
Ribeira do Porto, onde Rui passou bons momentos
Lisboa:
No seu estúdio de Vale do Lobo
ESPECTÁCULOS
Vila Nova de Famalicão (23 e 24 de Janeiro de 2010)
Coliseu do Porto (30 de Janeiro de 2010)
Pavilhão Atlântico (2008)
ARQUIVOS
Duvídeo
Hemeroteca Municipal de Lisboa
Royal Albert Hall
Rádio e Televisão de Portugal
INTERVENIENTES:
Rui Veloso
«Eu vivo muito bem. Era o que qualquer pessoa queria fazer na vida, que é um pleno. Deixar alguma coisa para as pessoas, e ao mesmo tempo unir as pessoas. A minha música une as pessoas em vez de as desunir. Há tanta coisa no nosso dia-a-dia que contribui para nós estarmos longe uns dos outros, e a minha música acho que é uma coisa terapêutica».
Aureliano Veloso: pai
«E vejo hoje a maneira como trabalha a sério, no trabalho que faz, e como leva a sério o trabalho que faz. De maneira que tudo isso é uma prenda para nós. Para mim é uma satisfação grande».
Emília Veloso: mãe
(sobre a iniciativa de levar gravações à editora Valentim de Carvalho em Lisboa) «Ele começou a dar umas voltinhas e disse: Mas isto é muito bom. Depois andou mais um bocado e disse: Ah! Mas isto é muito bom! E perguntou: Mas ele não faz músicas em Português? E eu disse: Não porque ele não é o letrista, e eu não sei se ele está na disposição de escrever em português, não sei, não faço ideia. E ele disse: Mas eu quero cá o rapaz. Eu disse: óptimo, ainda bem, porque isso é sinal que tinha gostado. Mas há uma coisa, há aqui um problema, é que eu estou clandestina. Ele nem sabe que eu estou cá. Nem o pai sabia».
Carlos Tê: poeta
«Havia uma secreta esperança de que aquilo fosse apreciado por alguém, mas daí até ao ponto de se fazer um disco, e daquilo seguir os trâmites comuns da indústria discográfica na altura quase inexistente, isso era um grande passo. Daí que tenha ficado bastante surpreendido».
Luís Filipe Barros: produtor e realizador de rádio
«Ainda hoje oiço Jimmy Hendrix e lembro-me imediatamente do rui, os acordes na guitarra dele, e digo: É pá o Rui foi beber muito aqui de Jimmy Hendrix, pá! No Red House, e outras músicas, nota-se. E eu fico muito satisfeito, porque está perfeito».
Susana Sardo: musicóloga
«Falei com variadíssimas pessoas, e fiz esta experiência de perguntar sobre, qual seria o nome do primeiro álbum de Rui Veloso? E 100 por cento dos meus inquiridos, que foram para ai uns 12, disseram: «Chico Fininho». Portanto, o nome do álbum foi diluído em função deste hit, que foi o Chico Fininho e que fez a grande ruptura com a música que estava instituída».
João Gil: músico, compositor e produtor
» É maravilhoso trabalhar com o Rui. É um grande músico, é um grande cantor, é uma pessoa extraordinária, é uma pessoa de bem, é uma boa pessoa, com um feitio horrível, mas quem não tem. Se ele não partisse o seu prato, também não tinha piada nenhuma. Eu também parto os meus. E assim vai o mundo feito de pessoas assim…que caíram no caldeirão quando eram pequeninas. Foi o caso dele».
Mariza: fadista
«A música é feita com o coração, não pode ser matemática, não pode ser cerebral, e eu acho que a amizade que eu tenho com o Rui faz com que a música que nós partilhamos seja feita com muito carinho. A música que ele me oferece, eu sei que ele pensa em mim quando vai compor.»
OS CONTEÚDOS DO BIO
Especificamente produzido para o mercado português, pela Chello Multicanal e pela AETN, o BIO apresenta uma programação exclusiva e variada que aborda a vida real das personalidades famosas, carismáticas e fascinantes, mostrando os seus êxitos, fracassos, alegrias e tristezas, bem como experiências desconhecidas e sentimentos que nunca revelaram.
A programação assume como tema central as biografias de personalidades famosas na área do cinema, moda, música, espectáculo e política, assim como de figuras relevantes na sociedade. Além disso, inclui a transmissão de séries, reportagens, especiais e documentários.
Os seus conteúdos derivam, em 60 por cento, do catálogo exclusivo da A&E Television Network (Arts&Enterteinment – empresa mãe do The Biography Channel), que conta, actualmente com mais de 850 títulos e com uma produção de 180 novos títulos todos os anos. Os restantes 40 por cento são baseados em conteúdos internacionais e locais.
O BIO disponibiliza 24 horas de programação em português, difundida em blocos de, no mínimo seis horas, repetidos quatro vezes por dia. Os conteúdos propostos são exclusivos, variados, atractivos e adequados ao perfil dos espectadores.
De elevada qualidade e prestígio, o BIO chega a mais de 90 milhões de espectadores em todo o mundo, com transmissão em cerca de 45 países e em 10 línguas diferentes. É emitido nos Estados Unidos, Canadá e Austrália, sendo que, até ao momento, Portugal, Espanha, Alemanha e Reino Unido são os únicos países europeus que o transmitem.
BREVE BIOGRAFIA
1957 – Nasce em Lisboa. Aos três meses de idade muda-se com a família para o Porto.
1963 – Aos seis anos inicia-se na harmónica.
1972 – Com quinze anos, influenciado pelos blues e por nomes como Eric Clapton, Bob Dylan e B.B. King, começa a tocar guitarra. Forma a sua primeira banda – «Magara Blues Band».
1976 – Conhece Carlos Tê, de quem se tornará grande amigo. Rui Veloso encontra aquele que viria a ser o autor das letras da maior parte das suas composições e o seu grande parceiro de trabalho.
1979 – A sua mãe envia duas cassetes com músicas de Rui Veloso e letras de Carlos Tê, em inglês, para a editora Valentim de Carvalho, que as acolhe com grande entusiasmo. Em Novembro assina contrato com a editora.
1980 – Em Abril entra em estúdio, acompanhado pela «Banda Sonora» – Zé Nabo no baixo e Ramon Galarza na bateria. Em Julho desse ano edita «Ar de Rock», o seu álbum de estreia. Um êxito que lhe vale os dois primeiros prémios da sua carreira: um Sete de Ouro na categoria «Revelação do Ano» e outro pelo «Melhor Álbum do Ano».
1981- Edita o single «Um Café e um Bagaço». Compõe «Rock dos Bons Malandros» para a adaptação cinematográfica da Crónica dos Bons Malandros.
1982 – Edita o tão aguardado segundo álbum: «Fora de Moda».
1983 – Um novo álbum de originais: «Guardador de Margens» é a consagração da dupla Rui Veloso / Carlos Tê. Novo disco de Ouro na sua carreira e mais um Sete de Ouro pelo «Melhor Álbum do Ano».
1986 – Depois de um intervalo de três anos chega o quarto disco de originais: «Rui Veloso».
1987 – O ano dos grandes espectáculos ao vivo. Rui Veloso leva o álbum homónimo – que entretanto atingira o Disco de Platina – aos palcos dos Coliseus de Lisboa e Porto. Mais um prémio: ganha o Sete de Ouro pelo «Melhor Espectáculo ao Vivo».
1988 – Edita «Ao Vivo» gravado no Coliseu do Porto. A cidade do Porto oferece-lhe a Medalha de Mérito da Cidade – Grau Prata. Realiza a sua primeira grande digressão: 61 espectáculos!
1989 – Dedica-se afincadamente à pré-produção do duplo-álbum «Mingos & Os Samurais», projecto que engloba diversas correntes musicais, com marca pessoal da dupla Rui Veloso/ Carlos Tê.
1990 – Rui Veloso toca ao vivo com B.B. King! Chega às lojas o duplo álbum «Mingos & os Samurais». Atinge o galardão de platina no dia de edição e alcançou sete Discos de Platina! Um feito que nenhum artista/ banda conseguiu repetir. Ao todo, «Mingos & os Samurais» esteve 24 semanas no 1º lugar do top de vendas.
1991 – Edita álbum «Auto da Pimenta», galardoado Duplo Disco de Platina em Portugal.
1992 – Desloca-se aos Estados Unidos onde grava com Nuno Bettencourt (Extreme) o tema «Maubere», a favor da causa timorense.
1993 – Rui Veloso dá sobretudo concertos para a comunidade portuguesa espalhada pela Europa.
1994 – Realiza uma digressão em formato acústico com uma banda reduzida, com arranque no Festival de Brugges, na Bélgica.
1995 – É o ano de preparação e produção de um novo disco de originais. «Lado Lunar», gravado entre o estúdio de Rui Veloso em Vale de Lobos e Londres.
1996 – Começa o ano em ensaios com a sua banda, a preparar o espectáculo que servirá de base à digressão «Lado Lunar». Repete o encontro com B.B. King no palco dos Coliseus dos Recreios, em Lisboa. Em Abril, «Lado Lunar» atinge o Disco de Platina. É convidado por João Gil para gravar o disco «Rio Grande», o maior êxito do ano da música portuguesa.
1997 – Desenvolve a digressão «Lado Lunar» em simultâneo com a digressão do «Rio Grande». Pela primeira vez compõe para uma artista estrangeira – Luz Casal.
1998 – Sete álbuns de estúdio editados e 18 anos de carreira – foram estes dados que levaram a sua editora a pensar ser este o ano certo para lançar o seu primeiro best-of.
1999 – Ano de regresso à estrada para apresentar o seu mais recente trabalho «Avenidas», acompanhado por uma nova banda.
2000 – Para celebrar os 20 anos de carreira de Rui Veloso vê editado o seu primeiro best-of. «O Melhor de Rui Veloso – 20 anos depois».
2001 – O álbum Ar de Rock é reeditado com o som remasterizado. «O melhor de Rui Veloso – 20 anos depois», editado no final de 2000, entra no novo ano no 1º lugar do top de vendas.
2002 – Juntamente com Jorge Palma, João Gil e Tim dá a cara ao projecto Cabeças no Ar.
2003 – O projecto «Cabeças no Ar» vai para a estrada em Abril, já com o disco galardoado com a marca de platina, por mais de 40000 unidades vendidas. Rui Veloso, João Gil, Jorge Palma e Tim juntam-se para uma digressão que percorre o país. «O Concerto Acústico» seria editado em DVD, o primeiro na carreira do artista.
2004 – Actua na 1ª edição do Festival Rock in Rio Lisboa.
2005 – Comemora 25 anos de carreira: 25 discos de platina, mais de 1 milhão de discos vendidos. Regressa com um novo disco de originais – «A Espuma das Canções». Funda a sua editora – Maria Records.
2006 – Recebe do Presidente da República a condecoração da Ordem do Infante D. Henrique, com o título de Comendador. Lançamento da sua primeira biografia.
2007 – Lançamento do seu primeiro songbook, que reúne 27 êxitos da carreira.
2008 – É distinguido pela Academia Francesa de Artes, Ciência e Letras pelo seu contributo às Artes e Cultura. Rui Veloso musica letra para o disco de Luz Casal.
2009 – A convite de Cristina Branco participa no seu disco «Kronos», com o tema » Eléctrico amarelo».
2010- Rui Veloso enche a 30 de Janeiro de 2010 a sala de espectáculos do Coliseu do Porto num concerto inesquecível que assinalou 30 anos de carreira.